Como era de se esperar, as cotas raciais e sociais na UFRGS foram aprovadas. Os movimentos pró-cotas, seguindo mais uma vez o veio democrático da esquerda, conseguiram que as cotas fossem silenciosamente enfiadas boca abaixo da Sociedade.
Agora, 30% das vagas de cada curso são destinadas a alunos de escola pública, sendo que 15% vão para os egressos em geral enquanto 15% vão para os egressos que se autodeclararem negros. Assim os negros pobres tem duas vezes a chance de um branco pobre de entrar na UFRGS. Esse favorecimento em favor dos afro-descendentes estimula qualquer mente mais crítica a aventar justificativas para tal. Eu não vou citar algumas das possíveis explicações para essa vantagem. Seria constrangedor.
Muito da lábia pró-cota foi depositada no argumento que na UFRGS há muitos poucos estudantes negros. E é verdade, os afro-brasileiros são realmente minorias nas salas de aula da Universidade Pública. No entanto, será que essa exclusão do negro no sistema educacional só se dá em ensino superior?
Tive o prazer de lecionar por dois anos no curso pré-vestibular CEUE - instituição voltado a preparar indivíduos provenientes das camadas mais pobres da sociedade para o difícil vestibular da UFRGS. Assim, para ingressar no cursinho, era necessário comprovar que a renda familiar era inferior a um certo nível estipulado. Após a triagem por critério de renda, era aplicada uma prova de múltipla escolha que tinha por objetivo aferir se o candidato tinha condições mínimas de conhecimento para acompanhar as aulas. O mais interessante, no entanto, é que, iniciado o ano letivo, era possível verificar que menos de 10% dos alunos do cursinho eram negros. A que conclusão podemos chegar a partir do fato que eu citei? Que o negro não é excluído do sistema educacional no Ensino Superior, mas muito antes. (...)
Cabe aqui notar, também, que, no censo do ano 2000, apenas 5% dos gaúchos se autodeclararam de cor negra. Como, então, justificar a cota de 15% das vagas de cada curso para negros? Seria mais justo se que o tamanho da cota fosse em torno de 5%. Sem querer bancar o cético - mas também não sou tão ingênuo - quero ver se só 5% dos inscritos no vestibular 2008 se autodeclararão negros!
O assunto é interminável e irritante. Vou parar por aqui. Espero contar com comentários a agregações dos pacientes leitores.
Agora, 30% das vagas de cada curso são destinadas a alunos de escola pública, sendo que 15% vão para os egressos em geral enquanto 15% vão para os egressos que se autodeclararem negros. Assim os negros pobres tem duas vezes a chance de um branco pobre de entrar na UFRGS. Esse favorecimento em favor dos afro-descendentes estimula qualquer mente mais crítica a aventar justificativas para tal. Eu não vou citar algumas das possíveis explicações para essa vantagem. Seria constrangedor.
Muito da lábia pró-cota foi depositada no argumento que na UFRGS há muitos poucos estudantes negros. E é verdade, os afro-brasileiros são realmente minorias nas salas de aula da Universidade Pública. No entanto, será que essa exclusão do negro no sistema educacional só se dá em ensino superior?
Tive o prazer de lecionar por dois anos no curso pré-vestibular CEUE - instituição voltado a preparar indivíduos provenientes das camadas mais pobres da sociedade para o difícil vestibular da UFRGS. Assim, para ingressar no cursinho, era necessário comprovar que a renda familiar era inferior a um certo nível estipulado. Após a triagem por critério de renda, era aplicada uma prova de múltipla escolha que tinha por objetivo aferir se o candidato tinha condições mínimas de conhecimento para acompanhar as aulas. O mais interessante, no entanto, é que, iniciado o ano letivo, era possível verificar que menos de 10% dos alunos do cursinho eram negros. A que conclusão podemos chegar a partir do fato que eu citei? Que o negro não é excluído do sistema educacional no Ensino Superior, mas muito antes. (...)
Cabe aqui notar, também, que, no censo do ano 2000, apenas 5% dos gaúchos se autodeclararam de cor negra. Como, então, justificar a cota de 15% das vagas de cada curso para negros? Seria mais justo se que o tamanho da cota fosse em torno de 5%. Sem querer bancar o cético - mas também não sou tão ingênuo - quero ver se só 5% dos inscritos no vestibular 2008 se autodeclararão negros!
O assunto é interminável e irritante. Vou parar por aqui. Espero contar com comentários a agregações dos pacientes leitores.
9 comentários:
É amigo... Só quero ver o que vai acontecer, institucionalização da segregação racial, ABSURDO!
Nem tenho palavras pra expressar a minha indignação.
Merda feita...
Acho idiota ficar falando que AGORA estão indignados com as cotas.
Ja tem cota ah muito tempo em outras universidades e ninguem falou nada. Agora que as cotas chegaram na UFRGS, todo mundo fica preocupado.
Quem só se preocupa com as cotas na UFRGS, PARECE que está se preocupando com o próprio umbigo ou com os dos filhos.
OBS: não sou nem afavor nem contra as chamadas cotas
Não, Risco. Não é pelo meu umbigo que eu me preocupo, mas sim pela cara-de-pau do governo, que conserta problemas funestos de nossa sociedade com remendos mais sinistros ainda.
Empurrar as cotas goela abaixo da já fragilizada universidade pública.
Se a intenção é reduzir o racismo e aumentar o acesso do negro à educação a curto prazo, por que simplesmente não dar bolsas para negros pobres em universidades particulares, desde o ensino fundamental?
Pato,
sei que não é pelo teu umbigo. Me referia às pessoas que agora ficam toda apovaradas com a aprovação das cotas. Que nunca se preocuparam com a educação no brasil e agora ficam indignadas com as cotas. Que se dizem contra ou a favor delas sem nem sequer debater o assunto com argumentos coerentes.
Não é teu caso, que escreves sobre o assunto, te informa, e discute argumentando e propondo alternativas. Não simplismente "berrando".
Mas quem é branco ou negro no Brasil?
Eu tenho parentes distantes negros (bisavó). Isso me faz um mestiço? Eu teria direito às cotas? Que critério definiria quem merece ou não as cotas?
mas tu estudou em faculdade particular, ta fora das cotas, nem adianta querer dar uma de negro, hehehehehehe
*faculdade leia-se escola
hauhauhaahuahuhauahua
Martini,o Pequeno Burguês.
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