quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Gastos




terça-feira, 20 de novembro de 2007

SUS. Capítulo I.

O cidadão das classes média e alta tem uma idéia do que é a saúde pública no Brasil, mesmo nunca utilizando seus préstimos; no entanto o caos em que esta se encontra passa, com certeza, longe da sua compreensão. Para entender alguma situação é necessário vivenciá-la, senão as conclusões tiradas se restringem a meras abstrações amparadas em mitos. Para compreender de fato é necessário sentir na pele.

No meu caso, a lição do "caos do SUS" passou da teoria para a prática na última quarta-feira, quando, ao me levantar, não consegui encostar o pé esquerdo no chão. Uma dor feroz, uma queimação medonha tomava o peito dele. Era estranho porque eu não havia chutado nenhum pé de mesa, armário ou que quer que fosse, tampouco havia jogado bola nos últimos dias. Mas não sentia nada quebrado. Era uma dor diferente, algo rasgando. Como uma tendinite. Achei bizarra a idéia de ter tendinite nos pés e, após descer de bunda a escada, embarquei num taxi até a clínica Santo Antônio para encarar o calvário da saúde pública.

Chegando lá, estava apinhado de gente. As pessoas se empoleiravam nos bancos de churrasco que atravessavam a sala de espera em todas as direções, sem falar nas duas salinhas contíguas a esta, igualmente cheias. Peguei a minha ficha e fui sentar. Após uns 15 minutos, a atendente chamou meu número e fez a minha ficha. Sentei novamente e não levantei tão cedo. O atendimento era dividido por grupos, que demoravam por volta de 45 minutos a uma hora nas dependências da clínica propriamente dita. E nesse período largo de espera, mais e mais pessoas iam chegando e se alocando onde fosse possível. Todas com cara de bunda, mal-humoradas. Na verdade era pouco para aquela situação; elas deveriam estar furiosas por perderem o seu tempo de forma tão tediosa e inútil. Uma crueldade - ainda mais para quem tem emprego, filhos pra cuidar, uma casa para manter (o que, felizmente, não era o meu caso). Pena eu não ter trazido o Plataforma. A demora teria sido bem menos penosa.

A porta se abriu novamente e me chamaram. Pulei num pé só até as entranhas da clínica e me acomodei resignado em uma cadeira, preparado para mais alguma espera.

(Não perca o próximo episódio do drama real de um pequeno burguês filhinho de papai que se meteu com a turminha do SUS e agora terá de encarar confusões tamanho família! Na próxima segunda, após mais um capítulo inédito de Vale a Pena Ver de Novo.)

domingo, 11 de novembro de 2007

Fraldas

Hoje, quando estava no Zaffari comprando a pizza congelada e a garrafa de Coca-Cola - meu jantar saudável e nutritivo -, tive uma lancinante vontade de mijar. Subi as escadas que levam até o banheiro e SURPRESA!: "Este banheiro encontra-se interditado."

(É o terceiro ou quarto domingo em que me deparo com o banheiro do Zaffari "interditado".)

Como não podia perder a piada, ao pagar, perguntei para a mocinha do caixa se eles trabalhavam com fraldas. Ela não entendeu muito bem e começou a me indicar o corredor onde ficavam as fraldas. Daí eu expliquei: "É que o banheiro está interditado, então imagino que os funcionários trabalhem de fraldas..." A guria ficou vermelha e começou a rir freneticamente. Quase se mijou (o que não seria problema, se ela estivesse realmente de fraldas...)

Bela estratégia essa do Zaffari. Como aos domingos as imediações do supermercado são tomadas por aquela gurizada de preto tomando Bellinha e vinho em garrafa pet, o supermercado, para evitar a total devastação dos sanitários, opta por fechá-los completamente (o azar é dos clientes!). E ainda tem a caradepau de dizer que está "interditado".