O que me não chega a ser surpreendente, mais uma vez, é que a iniciativa bate na trave. Querer impedir que o RU sirva suco em copo descartável é uma causa muito nobre, mas não porque o copo é descartável - em primeiro lugar -, mas porque aquele suco certamente transcende qualquer noção de cancerígeno que qualquer um de nós tem.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Não sei porque ainda me espanto...
O que me não chega a ser surpreendente, mais uma vez, é que a iniciativa bate na trave. Querer impedir que o RU sirva suco em copo descartável é uma causa muito nobre, mas não porque o copo é descartável - em primeiro lugar -, mas porque aquele suco certamente transcende qualquer noção de cancerígeno que qualquer um de nós tem.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Antes fosse urina...
Algumas universidades empregavam um sistema que parece bem... medieval: os alunos eram pagos diretamente pelos professores. Na cidade de Bolonha, os alunos contratavam e demitiam os professores, multavam-nos por faltarem às aulas sem justificativa ou por chegarem atrasados, e até por não responderem às perguntas difíceis. Se a palestra não era interessante, indo devagar demais, ou rápida demais, ou simplesmente não era alta o suficiente para ser ouvida, eles vaiavam e jogavam objetos no professor. Por fim, em Leipzig, a universidade viu a necessidade de promulgar uma lei contra atirar pedras em professores. Mesmo em 1495, um estatuto alemão ainda proibia explicitamente qualquer pessoa associada com a universidade a encharcar os calouros com urina.
(In MLODINOW, Leonard. A janela de Euclides. p. 71.)
Conheço alguns professores que se dariam muito mal caso tivessem tido a sorte de viver durante a Idade Média... Pelo menos os trotes se aperfeiçoaram: certamente muitos bixos prefeririam ser “encharcados com urina” a nadar na água de peixe misturada com bálsamo alemão.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Início de semestre
Nada contra as aulas, os professores, a rotina... A imensa quantidade de estudantes (?); o barulho, o cheiro e a sujeira dos trotes; as infinitas filas do RU; os bixos desorientados fazendo perguntas estúpidas, olhando pros lados - perdidos... Enfim, esses aspectos que desafiariam a paciência de um Dalai Lama...
Ah, se fosse possível
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Sazonalidade
segunda-feira, 3 de março de 2008
O cartaz da biblioteca
Mas, não, eu estava enganado.
Dia desses, eu perguntei sobre esses cartazes pra Lilly - e já achei que ela ia me dizer com voz meio impaciente de quem explica algo óbvio a um excepcional que aquilo era pra evitar que colocassem os livros no lugar errado, perturbando toda aquela ordem cósmica, mística e serena. Ao invés, porém, tais avisos têm uma finalidade estatística.
Quando consultamos um livro e não o guardamos na estante novamente, o bibliotecário pode tomar nota de que aquele livro foi manuseado. A partir desses registros, é possível descobrir quais livros são mais demandados e que, portanto, precisam de mais exemplares - indício esse levado em conta na hora de decidir quais volumes devem ser comprados.
Então, lembre-se: nunca mais recoloque os livros na estante em uma biblioteca da UFRGS.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Estorvo
Pelo visto, comemorei cedo demais. Hoje, quando chegava para cumprir as horas da bolsa, me deparei com os primeiros sinais de que o costumeiro calvário inexoravelmente se repetirá: cartazes enormes e quiosques rubros, tudo com o devido logotipo do"Santander. Tenho a triste impressão de que, durante as próximas semanas, esta terá sido a última vez que alcancei o Anexo I sem ser aporrinhado por aquelas insistentes criaturas.
Como não sei mais como me desfazer dos tais aliciadores, se tal prática persistir pelos próximos semestres, ou terei de surrar algum ou acabarei abrindo (novamente) uma conta no Santander - o que eu não recomendaria nem ao meu pior inimigo.
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Cotas aprovadas
Agora, 30% das vagas de cada curso são destinadas a alunos de escola pública, sendo que 15% vão para os egressos em geral enquanto 15% vão para os egressos que se autodeclararem negros. Assim os negros pobres tem duas vezes a chance de um branco pobre de entrar na UFRGS. Esse favorecimento em favor dos afro-descendentes estimula qualquer mente mais crítica a aventar justificativas para tal. Eu não vou citar algumas das possíveis explicações para essa vantagem. Seria constrangedor.
Muito da lábia pró-cota foi depositada no argumento que na UFRGS há muitos poucos estudantes negros. E é verdade, os afro-brasileiros são realmente minorias nas salas de aula da Universidade Pública. No entanto, será que essa exclusão do negro no sistema educacional só se dá em ensino superior?
Tive o prazer de lecionar por dois anos no curso pré-vestibular CEUE - instituição voltado a preparar indivíduos provenientes das camadas mais pobres da sociedade para o difícil vestibular da UFRGS. Assim, para ingressar no cursinho, era necessário comprovar que a renda familiar era inferior a um certo nível estipulado. Após a triagem por critério de renda, era aplicada uma prova de múltipla escolha que tinha por objetivo aferir se o candidato tinha condições mínimas de conhecimento para acompanhar as aulas. O mais interessante, no entanto, é que, iniciado o ano letivo, era possível verificar que menos de 10% dos alunos do cursinho eram negros. A que conclusão podemos chegar a partir do fato que eu citei? Que o negro não é excluído do sistema educacional no Ensino Superior, mas muito antes. (...)
Cabe aqui notar, também, que, no censo do ano 2000, apenas 5% dos gaúchos se autodeclararam de cor negra. Como, então, justificar a cota de 15% das vagas de cada curso para negros? Seria mais justo se que o tamanho da cota fosse em torno de 5%. Sem querer bancar o cético - mas também não sou tão ingênuo - quero ver se só 5% dos inscritos no vestibular 2008 se autodeclararão negros!
O assunto é interminável e irritante. Vou parar por aqui. Espero contar com comentários a agregações dos pacientes leitores.
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Pichações
Haja ingenuidade!
segunda-feira, 25 de junho de 2007
As cotas racistas e a direita
A criação de cotas na UFRGS, sobretudo as raciais, tem revelado a oposição de muitos estudantes sobre o assunto. Se pelo lado do debate político este é um acontecimento benéfico, na prática pode (e irá) representar a ruína para o DCE.
Com o crescente número de alunos demonstrando sua oposição às cotas, fica claro que uma parcela do corpo discente da faculdade não se encontra representado pelo órgão máximo da classe dentro da Universidade; qual é a tendência natural? Que não votem em nenhuma chapa que seja composta por alunos, partidos ou seja lá o que for pró-cotas. E quem são os pró-cotas, em sua maioria? Os militantes de esquerda. Assim, surgirá uma chapa de direita nazi-fascista no final do ano, composta por malucos que venderiam a mãe se lhes fosse oferecido algum dinheiro, que usará como mote o não às cotas. E, quando se depararem com o "não às cotas", a maioria dos estudantes contrários às cotas votarão nesta chapa apocalíptica - independentemente do resto do seu programa -, chutando o balde.
O DCE está, assim, sendo entregue de mão beijada a um grupo de malucos de extrema-direita.
Aliás, será que a maioria dos estudantes da UFRGS são favoráveis às cotas? Eu aposto que não. E o DCE sabe disso. Caso contrário, já teria exigido um plebiscito dentro da Universidade para legitimizar as cotas.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Prestando contas
Espero, daqui a duas ou três semanas - quando bem ou mal tudo deve ter se findado -, voltar ao ritmo normal das postagens.
terça-feira, 12 de junho de 2007
Fim dos tempos
Impressionante, o arcabouço criativo dos professores para bolar trabalhos inúteis e sem sentido parece ilimitado.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Nihil Estudantil
As causas são muitas; e seria entediante citá-las uma a uma. Concentremo-nos então nas que, pela minha ótima, se avultam como as principais.
O Movimento Estudantil, político por natureza, tem se tornado, desde há muito, antro de partidos políticos e de ideologias salvadoras. Num contexto em que os Estados Unidos financiava o cerceamento à liberdade, a tortura e todo tipo de barbárie em nosso país, fazia bastante sentido recorrer ao outro lado da balança: o marxismo. Desde então, o fetiche por Marx tem declinado gradativamente em nossas rodas intelectuais e políticas sérias. Outros, no entanto, continuam se apegando aos seus preceitos arcaicos e de pouca contextualização à nossa realidade. Na verdade, não se apegam ao marxismo coisa nenhuma: se apegam àquilo que lhes venderam como sendo marxismo e, deslumbrados, acabam por comprar gato por lebre. A cooptação é menos estudantil e mais partidária. Há programas a serem seguidos que prevêem desde os pontos iniciais até como se organizará a sociedade pós-revolucionária na ditadura do proletariado. (Alguém conhece um proletário?) E o caráter estudantil do movimento? Se limita a causas singelas que servem mais para fazer propaganda de ideologia e partido do que para o fim que elas se destinam. A maioria dos estudantes, sensatos, fogem dessa lavagem cerebral, naturalmente.
A falta de foco das ações são outra grave falha, decorrente ainda da primeira. Um protesto pela mudança da privada de um banheiro tem que ser necessariamente acompanhado de críticas ao governo, ao FMI e às políticas neoliberais. Qual é a dificuldade de manter-se fiel a um objetivo e persegui-lo até o fim? Nenhuma. O problema é que a desonestidade da luta não se deixa suprimir tão facilmente. O objetivo do protesto é, antes de mais nada, reafirmar o "fora Bush, fora FMI", salientar o discurso. São ações metafísicas, não práticas. Indolentes. A cara do nosso movimento estudantil.
Os métodos empregados são ainda mais patéticos. Palavras de ordem, musicas-clichê (e o que não é clichê no movimento estudantil?), apitos, tambores, barulho, baderna. Pouco além disso. Falam em ações afirmativas. E as ações positivas, onde estão? Onde está a atitude e a realização? Ficam no discurso e mais nada.
Diante de um panorama desses, é normal que o estudante não se sinta atraído pelo movimento estudantil, pois não se sente representado por ele. Os ideais defendidos pelo movimento estudantil, não são os ideais dos estudantes, os problemas que o movimento estudantil combate, não são os problemas dos estudantes. O movimento estudantil não fala a língua do estudante, a língua da mudança, da verdadeira revolução, ele fala a língua dos partidos operários das fábricas estatais eslavas.
E há, sim, necessidade de um movimento estudantil forte, pois sempre existirão estudantes com anseios, opiniões e necessidades. O que se faz mistér é um exercício de auto-crítica das próprias organizações estudantis. Elas tem que fazer uma análise sobre a sua trajetória, sobre suas raízes, uma verdadeira regressão aos seus primórdios, pois só assim entenderá, honestamente, o tamanho do papel que lhe é conferido, que é muito maior do que o programa de qualquer partido político.
Criatividade estudantil
terça-feira, 5 de junho de 2007
Megafone
Tudo bem, o que escrevi ontem sobre o imbecil de megafone deve ser encarado como um desabafo, um rompante de fúria dirigido mais propriamente ao megafone do que ao asno - com todo o respeito aos animais - que o empunhava.
Quanto à taxa do vestibular, mandei um e-mail para a COPERSE - o órgão da UFRGS que tradicionalmente organiza o concurso - inquirindo quanto aos custos totais da última seleção.
Nada melhor do que fatos para descadeirar sandices e asneiras.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Consciência crítica estudantil
Tá certo, não é dos preços mais baratos. Mas o sujeito aí parece esquecer que o processo seletivo, realmente, é caro de ser empreendido. Se ele convencesse os seus colegas a trabalharem de fiscais voluntariamente no vestibular, sem receber o polpudo "auxílio" com que são remunerados, a inscrição para o processo seletivo, certamente, sairia mais barata; ainda, se ele topasse que fosse extinto o auxílio àqueles que não podem pagar, obrigando com que a taxa de inscrição fosse única e universal, o valor desta certamente cairia também.
Mas, se ele não quer que nenhuma destas duas coisas aconteçam - e ele não quer! -, então ao menos que páre de protestar contra uma situação que ele mesmo acaba apoiando. Que desafogue os seus arroubos político-românticos na privada, não nos meus ouvidos.