sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Um resignacionista no rock nacional

Impressionante o tempo que demorei a perceber que o Rodrigo Amarante, do Los Hermanos, é um dos muitos entusiastas e disseminadores do Resignacionismo esoalhados pelo mundo! A predileção do vocalista pelos sábios postulados resignacionistas fica claro neste trecho de Condicional:
o que eu fazia, o que eu queria,
o que mais, que alguma coisa
a gente tem que amar, mas o quê?
não sei mais!
É o Resignacionismo dominando o Planeta! :D

Nivelando por baixo II

Que o Brasil é a república da nivelação por baixo, da valorização do coitado, do imbecil em detrimento do competente e capaz não é nenhuma novidade. Mas a velocidade com que certas atrocidades populistas vêm sendo cometidas nestes últimos meses tem me assustado bastante.

Primeiro foram as cotas racistas na UFRGS, o mensalão do ensino superior brasileiro: se a tua universidade adere, ganha um repasse maior. Agora essa ridícula unificação da língua portuguesa.

Li em alguns lugares gramáticos, intelectuais e escritores dizendo que, com essa reforma, a última flor do Lácio ficaria menos inculta, mais regular. Não é necessário se aprofundar muito em questões ortográficas para ver a enorme besteira contida nessa afirmação. Basta ver o caso da abolição da trema.

A trema serve, principalmente, para, indicar quando as consoantes G e Q - ao serem seguidas pela vogal U - são duras (fortes) ou fracas. Se ela aparece, U deve ser pronunciado, tornando a consoante antecedente fraca. Se ela não aparece, o U deve ser mudo e a consoante deve ser dura. No primeiro caso, temos palavras como lingüiça, na qual o U deve ser pronunciado; no segundo, temos conquista, na qual o U é mudo e o Q é pronunciado forte, com a sonoridade de K.

Ao riscarmos a trema dos nossos acentos, ficará impossível distinguir a ocorrência ou não de G e Q fracos ou fortes. Em outras palavras, pronunciar corretamente uma palavra através de sua leitura, dependerá de conhecimento prévio de sua fonética. Como teríamos certeza de que lingüiça se pronuncia como lingüiça e não linguiça se nunca tivéssemos ouvido essa palavra antes? Com a trema, jamais teríamos tal dúvida! Sem a trema, a dúvida aparece, pois sempre haveria duas pronuncias possíveis: com o U aparente ou com ele mudo. Assim, a queda do trema gera a irregularidade.

Mais uma vez, o país retrocede e faz o contrário. Premia a vagabundagem, o desleixo e tripudia em quem leva as regras a sério e se esforça - este está fadado a ser o eterno CDF caricato, motivo de chacota pela turma da escola. Ao invés de melhorar o ensino básico, facilita o ingresso no superior. Ao invés de melhorar o ensino da língua portuguesa nas escolas, a simplifica.

Nestas horas eu penso no pobre que sempre foi aluno esforçado e, apesar das adversidades que a condição social lhe impôs, conseguiu êxito e alcançou uma vaga na Universidade pública. Graças a esse governo de merda, populista e bem intencionado, o sujeito do meu exemplo vai se foder a vida inteira, carregando a aura do deitado, do sem-vergonha, do vagabundo, por ter sido justamente o contrário! À cretinice tudo, ao mérito nada!

Vergonha nacional é pouco!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Talento e Disciplina

Talento sem Disciplina é de pouca valia.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Mediocridade

Uma dessas agências aliciadoras de estudantes para trabalhar nos EUA anda espalhando cartazes com um slogan no mínimo curioso: "ORGULHE-SE DO SEU CURRÍCULO".

Ir pra Gringolândia tirar uma graninha bonita é um coisa perfeitamente aceitável. Daí a orgulhar-se por ter registrado no currículo aquela "experiência" de auxiliar de cozinheiro, entregador de pizza ou faxineiro é de uma mediocridade sem precedentes.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A Força do Hábito

Que eu sou perfeitamente distraído, é notório para qualquer um que tenha estado comigo por mais de um par de minutos. Mas hoje eu me superei.

Como acordei tarde hoje - perdendo mais uma manhã de aulas -, tornou-se mais conveniente almoçar no buffet a kilo da esquina do que ir até o RU (até mesmo porque o RU fecha às 13h15, preciso horário em que consegui romper o estupendo momento de inércia da preguiça e saltei da cama). A comida lá, aliás, lembra bastante comida de vó (nada que se compare, claro, mas lembra); um exemplo irrepreensível de comida caseira. Servi meu prato - feijão-com-arroz, bife com queijo, tomate e beterraba (uma coisa que eu gosto no boteco da esquina é que sempre tem beterraba; e eu adoro beterraba) - e me acomodei numa mesa na rua. Comi com alguma pressa (estava atrasado para a bolsa), e foi quando o insólito se concretizou: peguei prato, copo e talheres, e levei até o caixa. Sim. Eu retirei a louça suja da mesa e levei-a até o caixa, como se estivesse no RU.

Mas, um consolo: Albert Einstein e Adam Smith - entre tantos outros - eram absurdamente distraídos. Ao menos algo de genial eu tenho. :D