sábado, 27 de dezembro de 2008

Cerveja - Brasil 0

Há tempos defendo a teoria de que os brasileiros são incapazes.

É conhecido o fato de que a Alemanha tem uma lei de pureza para a cerveja.
Limitando-se a 3 ingredientes, água, malte e lúpulo, as diferentes cervejas deveriam convergir em termos de sabor, não?
No caso brasileiro vale por tudo dentro da garrafa. Deveriamos ter cervejas muito diferentes, não?

O resultado é um tanto estranho. As cervejas brasileiras são muito parecidas entre si, enquanto que as alemãs apresentam uma grande variabilidade.
Alguma explicação para o fracasso brasileiro?


Demorei pra começar por aqui. Tava pensando num assunto que fosse adequado ao Pato.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Hiperdocumentação

Festas de final de ano, comilança, bebedeiras e fotos. Muitas fotos.

Sou só eu que fico meioangustiado quando vou bater uma foto em família ou com os amigos e vejo cada pessoa entregando sua câmera para o fotógrafo fazer um registro da situação?

A conclusão é óbvia: a disseminação das câmeras digitais e a possibilidade de se tirar um número (quase) sem limite de fotos levou à banalização da fotografia.

Não, eu não sou contra a tecnologia, nem achava bom ter que ficar mandando rolos de 24 poses para a revelação. Só acho que a proposta ilimitada que as digitais trazem consigo acaba por reduzir a importância da fotografia - afinal, momentos marcantes vão ocupar o mesmo espaço que os momentos sem nenhuma importância no HD de um computador. Quem, no futuro, vai ter saco de separar esse material? Quando estudava, eu sofria com falta de imagens dos meus bisavós, trisavós, etc... Meus bisnetos e trisnetos também sofrerão: mas desta vez será pelo excesso de fotos, vídeos etc.

Fico só imaginando quem, daqui a uns 50 anos, se prestará a ver cada uma das 300 fotos daquele amigo secreto da empresa...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Mais um cercado

Ah, perdão pela grosseria! O Cerco tem um novo colaborador e nem fiz as devidas apresentações ainda.

O Marcelo já é meu colega no Econosheet... Mas como nem tudo é bolsa de valores, câmbio, derivativos e overshootings na vida de uma pessoa, cá está ele!

Bem-vindo à Lagoa, Marcelo! :D
Acho que todo mundo cultiva simpatia por pelo menos uma daquelas músicas que são uma unanimidade na categoria lixo sonoro.

I'm Gonna Be (500 Miles) , do The Proclaimers, é, para mim, uma delas - provavelmente porque eu tenha uma especial inclinação para coisas toscas. É um prato cheio: rednecks com cara de nerds, tecladinhos com som de órgão, melodia e ritmo enjoativos. Não nega suas origens oitentistas: brilhante, a must have!





Se você não estiver de ver o vídeo todo, o que é perfeitamente compreensível, tem uma participaçãozinha da banda num episódio de Family Guy que dá uma boa idéia do que é a obra:


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Cavalo vestido

Sempre acreditei que o verniz na forma nunca deve prescindir a qualidade do conteúdo. Mas, diante do senso-comum democrático e politicamente correto, sou assombrosa minoria. O que vemos por aí são belos modos, riquíssimos rituais, e comportamentos altamente sofisticados que, ao incauto, podem fazer passar despercebida a limitação e a grosseria do que está no cerne de cada firula, rococó ou gentileza. Pessoas pobres de espírito ao se manifestarem de forma polida ou ao ouvirem Bach não se tornam menos pobres de espírito (muito embora Bach ilumine sempre) - da mesma forma que um cavalo vestido não é menos cavalo e mais homem pelo simples fato de estar enfiado num Armani.

Antes fosse urina...

Algumas universidades empregavam um sistema que parece bem... medieval: os alunos eram pagos diretamente pelos professores. Na cidade de Bolonha, os alunos contratavam e demitiam os professores, multavam-nos por faltarem às aulas sem justificativa ou por chegarem atrasados, e até por não responderem às perguntas difíceis. Se a palestra não era interessante, indo devagar demais, ou rápida demais, ou simplesmente não era alta o suficiente para ser ouvida, eles vaiavam e jogavam objetos no professor. Por fim, em Leipzig, a universidade viu a necessidade de promulgar uma lei contra atirar pedras em professores. Mesmo em 1495, um estatuto alemão ainda proibia explicitamente qualquer pessoa associada com a universidade a encharcar os calouros com urina.

(In MLODINOW, Leonard. A janela de Euclides. p. 71.)


Conheço alguns professores que se dariam muito mal caso tivessem tido a sorte de viver durante a Idade Média... Pelo menos os trotes se aperfeiçoaram: certamente muitos bixos prefeririam ser “encharcados com urina” a nadar na água de peixe misturada com bálsamo alemão.