segunda-feira, 3 de março de 2008

O cartaz da biblioteca

Eu sempre achei no mínimo curiosos os cartazes afixados nas bibliotecas da UFRGS: "Por favor, depois de utilizar os livros, não recolocá-los na estante." Sempre me ocorria: "Será que eles acham que eu sou tosco o bastante para não saber encontrar a posição correta do volume na prateleira?". Mas, dada a quantidade de imbecis que freqüentam a universidade pública, gratuita e de qualidade, não me pareceu absurdo pensar que aquele aviso visava justamente isso, impedir que os desatentos e inaptos iniciassem um processo caótico na sagrada organização das bibliotecas.

Mas, não, eu estava enganado.

Dia desses, eu perguntei sobre esses cartazes pra Lilly - e já achei que ela ia me dizer com voz meio impaciente de quem explica algo óbvio a um excepcional que aquilo era pra evitar que colocassem os livros no lugar errado, perturbando toda aquela ordem cósmica, mística e serena. Ao invés, porém, tais avisos têm uma finalidade estatística.

Quando consultamos um livro e não o guardamos na estante novamente, o bibliotecário pode tomar nota de que aquele livro foi manuseado. A partir desses registros, é possível descobrir quais livros são mais demandados e que, portanto, precisam de mais exemplares - indício esse levado em conta na hora de decidir quais volumes devem ser comprados.

Então, lembre-se: nunca mais recoloque os livros na estante em uma biblioteca da UFRGS.

6 comentários:

Anônimo disse...

Hahahaha. Muito boa a piada da Lily. Ela fala se a universidade pública, gratuita e de qualidade comprasse livros para as bibliotecas =P

E o final da saga no INSS? Vai aparecer algum dia?

Amy Mizuno disse...

também achava que era pra manter a ordem. Será que esse levantamento funciona na Economia? Toda a vez que falei com o Gentil ele nunca sabia quais livros adquirir.

Pato disse...

Bah, Marcus, só se ela combinou com o amigo dela de me pregar essa peça. Terei sido vítima de dois bibliotecônomos espirituosos? :|

Dia desses eu lanço o epílogo da saga do INSS. A coisa foi tão chocante que me lembro como se fosse hoje. ehuehuehu

Ricardo Agostini Martini disse...

Melhor ainda: só guarde os livros ruins de volta da estante!

Ah, e Pato, o Beco Luis Guaranha é a última vilinha q sobrou na Cidade Baixa. Todas as demais já foram urbanizadas e/ou transferidas para COABs.

lilly disse...

Eu não me referi exclusivamente a bibliotecas públicas e sim a todas.
Na teoria é isso, mas às vezes o usuário pega e nem era o que queria, então, teoricamente, não deveria entrar pra estatística.
Mas, também, é pra evitar que guardem no lugar errado.

justina disse...

em parte concordo com o comentario do leitor,. É bom que se deixe na mesa, mas se vc é um leitor consciente recolocando o livro na estante certa, também estará mantendo a organização desejada.
Sou professora de sala de leitura(biblioteca) em escola publica e eu sei o quanto é dificil manter a ordem com alunos de ensino fundamental(não é o caso de universitários)
por outro lado, vejo que devemos formar essa consciência no nosso leitor mirim.
abraços