domingo, 30 de novembro de 2008

Direito à opinião

Como tudo que é muito bonito na teoria, o direito à opinião, na prática, gera transtornos.

Acredito que toda manifestação é válida, contanto que seja pertinente. A bola da vez, em Porto Alegre, é o Pontal do Estaleiro, investimento que prevê a construção de prédios altos e de uma área comercial aberta ao público na orla do Guaíba.

Eu tenho opinião formada sobre o assunto. E, com restrições, ela é favorável ao projeto. Ter opinião é saudável.

O problema surge quando pessoas que moram longe do local reivindicam para si o direito de escolher se a construção deve sair ou não. Chega a ser patético ver o pessoal do Bom Fim ou da Bela Vista decidindo, das suas poltronas, se o Pontal deve ser erguido ou não. Eesta questão deve ser definida por quem está no seu escopo: os moradores da região, arquitetos, engenheiros e ambientalistas. Pessoas como eu não devem ter a pretensão de decidir se o investimento se dará ou não: ao tomar para mim este direito, retiro-o, na mesma proporção, de quem será diretamente afetado pela obra e de quem tem conhecimento de causa sobre a questão: os verdadeiros interessados pelo futuro do Estaleiro.